sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Reflexão com o Servo de Deus Dom Gabriel Paulino Bueno Couto: DEUS É AMOR! (4ª parte)

Igreja, em Cristo, Revelação de "Deus-Amor"

     Igualmente a Igreja Católica, na qual subsiste a única e verdadeira Igreja de Cristo (cf. LG 8), foi constituída por Deus, como a perfeita "revelação do Deus-Amor".   De fato, a Igreja é "revelação do Deus-Amor", porque Cristo, cumprindo a vontade do Pai, estabeleceu-a "para a comunhão de vida, caridade e verdade"; instituiu-a "como instrumento de redenção de todos" e enviou-a "como luz do mundo e sal da terra" (LG 9). Perfeita "revelação do Deus-Amor" ainda, porque, como enfatiza o Vaticano II, ela vem "descrita, no Apocalipse (10,7;21,2.9;22,19) como a esposa imaculada do Cordeiro imaculado, amada por Cristo que por ela se entregou, a fim de santificá-la (Ef 5,26). 
     Associada ao Cristo por uma indissolúvel aliança, ele incessantemente 'a nutre e cuida dela' (Ef 5,29).   Enfim, tendo-a purificado, Cristo a quis sempre unida e sujeita a si no amor e fidelidade (Ef 5,24) cumulando-a de todos os bens celestiais". Desta forma, o Concilio realça a Igreja como "revelação do Deus-Amor", para que compreendamos a caridade de Deus e de Cristo para conosco, que ultrapassa todo entendimento (Ef 3,19; LG 6). 
     É neste contexto dinâmico da REVELAÇÃO DE DEUS-AMOR que se deve situar toda e qualquer obra ou ação de Deus "ad extra", com todos os seus pormenores, seja qual for a natureza, extensão e profundidade das divinas realizações.
     Em síntese, Deus se define Amor. O dogma da Santíssima Trindade é o mistério da vida íntima de Deus, de sua vida, por assim dizer, "ad intra": o mistério de Deus que ama e é amado em si mesmo. O UNIVERSO, na riqueza de sua realidade, revela o Deus-Amor que o criou por amor e por amor o conserva. Neste universo, surge o homem das mãos criadoras de Deus como "revelação de Deus-Amor", pois Deus o fez em comunhão com sua vida divina, como filho, destinando-o a participar de sua felicidade (DV 2; GS 22); o homem, então, por sua vez originalmente constituído em estado de justiça e santidade, "revelação de Deus-Amor", não só revela o Deus que ama, mas é capaz de responder positivamente, em seu nome e em nome de todo o universo, ao Deus-Amor. 
     Cristo Jesus entra na história do universo como a perfeita, exclusiva e definitiva "revelação de Deus-Amor".   Filho de Deus feito homem, ele "revela", seja a plenitude do Deus que ama o homem, e no homem todo o universo, seja a plenitude do Homem e no homem a plenitude do próprio universo, que ama Deus.  Por isso Nosso Senhor Jesus Cristo foi constituído "eterna revelação de Deus que ama e é amado". 
      É por Cristo, com Cristo e em Cristo que o homem indivíduo, recupera a sua verdadeira identidade, a de filho de Deus, perdida pelo pecado original; e pelo homem, com o homem e no homem, assim reconstituído, Cristo continua sendo a "revelação de Deus-Amor".
     E a Igreja, sociedade mística dos homens assim reconstituídos, continua sendo, e o será até o fim dos tempos, a "revelação do Deus-Amor", por, com e em Cristo, seu místico Esposo. 



(Extraído de: D. GABRIEL BUENO COUTO Bispo de Jundiaí. “O SACERDOTE O MATRIMÔNIO E A FAMÍLIA NO MISTÉRIO DA IGREJA DE CRISTO“, 1977)

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