O homem, desde o início da sua existência na terra, foi particularmente constituído revelação do Deus-Amor, porque "a razão principal da dignidade humana consiste na vocação do homem para a comunhão com Deus... e não vive plenamente segundo a verdade, a não ser que reconheça livremente aquele amor e se entregue ao seu criador" (GS 19). Vivendo, portanto, em comunhão com Deus, participando da vida divina, necessariamente o homem estará "revelando o Deus-Amor".
O Homem é "Revelação de Deus-Amor" pela sua natureza integralmente considerada.
Esta "propriedade" do homem de manifestar, por vocação, o Deus-Amor e, assim, constituir-se "revelação do Deus-Amor", o Concilio Vaticano II reconhece ao ser humano, não somente considerando um aspecto particular de sua realidade humana, mas atendendo à sua natureza integral: "tota sua natura", o homem todo, por inteiro, com todos os seus valores e em todas as suas dimensões, é constituído "revelação de Deus-Amor", pois é nesse contexto de sua criação especial que o homem, com sua natureza inteira, é chamado a unir-se a Deus, na comunhão perpétua da incorruptível vida divina (cf. GS 18.21; D V 2).
Deus ao criar o ser humano o fez seu Filho e o estabeleceu num estado de justiça e santidade originais. Nesse estado, em que participa da natureza divina, o homem entra em comunhão de vida com Deus, comunhão essa estabelecida e dinamizada seja por forças inatas, enriquecidas, porém, por dons especiais transcendentes, seja principalmente por forças estritamente sobrenaturais (cf. GS 18-19). Assim constituído o homem revela de um modo ainda mais admirável o Deus-Amor! (cf. Sl 8).
O homem, porém, pelo pecado dos nossos primeiros pais ' (cf. LG 2; DV 3; GS 13; AA 7; IM 7), nasce com sua natureza decaída e maculada, em situação de pecado, privada que foi da justiça e santidade originais com todo o "conteúdo" dos valores transcendentes, próprios da vida de plena comunhão com Deus e ferida em suas qualidades naturais. Em tal estado a criatura humana deixa de ser "revelação de Deus-Amor", esvaziando-se da grandeza e dignidade em que fora originalmente pensada, querida e constituída por Deus (cf. GS 13).
(Continua...)
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